O YouTube é um site criado para que os usuários carreguem e compartilhem vídeos em formato digital. O nome YouTube vem do inglês you: você e tube - tubo, ou, televisão. No caso, o nome fica You television, ou "TV Você". O YouTube procura desenvolver um espaço virtual de “conversa” entre diferentes tipos de realizadores, sejam eles amadores ou experientes. Isso ocorre a partir da interação livre de diferentes tipos de audiovisuais como: videoclipes, animações, filmes, videoartes, microsséries, etc. Alguns programas, como o Youtube Downloader, permitem o download do material produzido para o Youtube, o que possibilita a experiência de trabalhar com as diferentes imagens produzidas para a plataforma. O YouTube torna-se assim uma espécie de banco de dados de imagens, onde qualquer pessoa com acesso ao mundo virtual, pode fazer uso destas imagens para a criação do seu próprio audiovisual, gerando novos sentidos para as imagens.
Contudo, além da ecologia das imagens, outro assunto que interessa neste conteúdo é a interatividade. Há muito estamos acostumados a assistir um filme por completo. Com o advento da TV, mais especificamente do controle remoto, o poder de escolha torna-se um pouco maior. O espectador pode trocar de canal quando aquilo que estiver vendo não lhe agradar mais. No entanto, o conteúdo do programa assistido não pode ser alterado. No YouTube começaram a surgir algumas propostas de vídeos que pressupõem esta interatividade, esta possibilidade do espectador escolher o rumo da história, os caminhos que prefere seguir. Escolhas, normalmente, pressupõem gosto. Para tal, tentei criar um organograma de vídeos que conduzisse o espectador para o Título que mais lhe agradasse. Porém, apresentando um conteúdo audiovisual que fosse na direção oposta do que ele deveria estar procurando.
Neste sentido, há sim a possibilidade de escolha, com uma certa interatividade, contudo, existem poucas escolhas, e mesmo com mais possibilidades, elas já estão pré-definidas desde o ínicio. Como tentativa de evidenciar esta situação, optei por um final em comum para todos os vídeos. Trata-se de uma maneira de evidenciar como, as possibilidades de escolha são pensadas para nos direcionar, na maioria das vezes, para os locais onde se espera. Todavia, o youtube possui uma outra maneira de interagir. O espectador que estiver vendo o conteúdo audiovisual realizado para a aula, pode durante o trajeto, optar por clicar em algum dos outros vídeos disponíveis na interface do programa. Deste modo, podemos pensar que sim, portanto há uma interatividade maior, pois não há como conduzir o espectador para o local onde gostaríamos. Ele é o responsável pelo seu próprio caminho. Ainda assim, acredito que a interatividade é limitada, considerando as possibilidades que o digital permite. Pois, ainda que ele saia do caminho estabelecido, ele não irá tão longe. O YouTube, possui uma ferramenta que organiza a sua interface, de acordo com os assuntos, palavras chaves, tags, etc. Portanto, os vídeos relacionados acabarão indo de encontro ao assunto que está sendo discutido, formando uma espécie de canal de televisão interativo. De uma maneira ou outra, o espectador acaba sendo conduzido para um espaço limitado dentro do assunto que já vinha procurando. Os vídeos não são tão aleatórios quanto parecem, o que nos conduz mais uma vez para esta pretensa interatividade. Acredito que assistindo ao vídeo seja possível perceber esta tentativa de evidenciar como é possível conduzir o espectador, sem que ele perceba, exatamente para onde gostaríamos que ele fosse. A organização do programa talvez permita uma interatividade muito maior de conteúdo, de troca, mas no que diz sentido a ferramenta em si, ainda podemos pensar outras maneiras de ajustar esta interatividade.
Para a realização do projeto, não houveram custos. Todo o material foi “baixado” da internet, e editado no Movie Maker, programa de edição do Windows. Optei por este formato, por contemplar as ferramentas usadas pelo público comum que acessa o YouTube.
O processo de produção é interessante, pois demanda a necessida de pesquisar inúmeros vídeos, e procurar os sentidos, sejam das imagens, ou dos sons. Acredito que um dos pontos altos é descobrir a quantidade de material interessante que pode ser aproveitado para a geração de novos sentidos. Foi possível misturar imagens de um vídeo, com sons de outro. Misturar diferentes vídeos entre si. Esse trabalho de observação dos materiais, e da edição para construção de novos sentidos é, provavelmente a parte mais cativante da produção. Até pouco tempo atrás não tinhamos acesso a este tipo de imagens. E este caráter de banco de dados, pode não implicar em interatividade, contudo se configura em interação.
Quanto a escolha do assunto em si, optei por um assunto que normalmente gera opiniões bastante opostas: Capitalismo x Socialismo. Neste sentido, a idéia foi explicitar que a opção pelo título do vídeo gera uma imagem com sentido oposto ao que acredito que a pessoa vá escolher. E a opção por um final que ironizasse o assunto, serve também como maneira de ironizar a própria idéia de interatividade (participação), seja no mundo digital, ou no mundo real.
Organograma dos Vídeos:
PS. Todos os vídeos no final acabam convergindo em somente um.
William Mayer
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