quinta-feira, 8 de abril de 2010


2 comentários:

Carine Prevedello disse...

Ponto mais nebuloso... especialmente a referência ao Linux. Meu entendimento aqui é apenas o fato de que esse software surgiu como alternativa ao monopólio da Miscrosoft, e decorrentes implicações científicas, econômicas, sociais do desenvolvimento de softwares livres.

Em relação ao texto do prof. Herscovici e da análise dos professores,acredito que há consenso sobre a consideração da fse contemporânea como metamorfose do capitalismo, mantida sua essência como sistema civilizatório e modo de produção.
A influência das TICs na democratização do acesso ao conhecimento permanece realitivizada, na medida em que a apropriação é privada.Entretanto, há brechas, como a própria discussão dos direitos autorais e do software livre.

Sobre a pergunta crucial do Bruno, se poderia haver indústria cultural sem autoria, eu me arrisco a contrariar, e dizer que sim. Porque a transformação e mercantilização do saber popular/ ou repertório público já são comuns, e fazem parte da lógica da indústria cultural. A particularidade dessa indústria estaria na mediação e no recorrente re-trabalho dos simbolismos culturais.

Carine Prevedello

Economia Política do Audiovisual disse...

Oi Carine, novamente tu tens razão. Poderia haver sim indústria cultural sem autoria, mas sem os DPIs, seria bastante complicado conseguir a remuneração equivalente aos produtos derivados do 4º setor (como softwares, aplicações de logaritmos como os do Google, etc.). A equivalência que enxergo entre os DPIs da indústria cultural e o desenvolvimento da ciência aplicada na forma de tecnologia são os direitos de patentes e o controle de conhecimentos sensíveis. Por ter uma aleatoriedade maior, a relação de direitos de autor, e a própria figura do autor, é mais fácil de ser desconstruída (do ponto de vista de sua legitimidade) e reproduzida sem licença (pela reprodutibilidade técnica acelerada de formatos e linguagens em códigos binários). Neste sentido, se para os músicos das gravadoras transnacionais, o valor de venda das obras em formato CD já é quase irrisório, por outro, a quebra de patentes implica em distribuição de riquezas de forma direta, como no caso da medicação do coquetel do HIV, cuja quebra de patentes é vital para a saúde pública na maior parte dos países africanos.
Já a noção do capitalismo como mantido em sua essência, entendo que esta afirmação passa pelo controle conceitual da essência do sistema como modo civilizatório. Concordo, por suporto com isso, mas entendo que uma fala desta passa por maior grau de aprofundamento.